Mini-Curso: “Malungos: África Central e a Diáspora Centro-Africana nas Américas, c. 1500- 1867”

Local – Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO)/FFCH, Pça. Inocêncio Galvão 43, Largo2 de julho, Centro, Salvador

      Datas e horário: 5as feiras à noite, 12/04 a 17/05 (seis aulas), 17:30 a 20:30

Requisitos para inscrição: cursar programa de pós-graduação ou desenvolver pesquisa de iniciação científica no último ano da graduação

      Professor: Robert Slenes

Ementa:

O objetivo do curso é entender como os centro-africanos – 51 por cento dos escravizados introduzidos nas Américas, 76 por cento daqueles desembarcados no Brasil – lidaram com as diversas modalidades de trabalho forçado no Novo Mundo em contextos demográficos e sociais diferentes. O ponto de partida é o reconhecimento do protagonismo consequente (agência) dos cativos. Novas pesquisas indicam que, mesmo sofrendo condições de extrema exploração e violência, os centro-africanos, quase todos falantes de línguas bantu, trouxeram consigo recursos culturais largamente compartilhados. Estes permitiam-lhes definir ideias em comum sobre o que caracterizava uma sociedade justa e homens e mulheres de valor. E possibilitavam práticas variáveis para enfrentar circunstâncias individuais e comunitárias diversas, que iam desde o diálogo crítico e eventual aliança com gente de outras tradições culturais, à rebeldia calcada em novas identidades étnicas e de classe com fortes marcadores de suas origens.

Duas aulas serão dedicadas a questões debatidas na historiografia recente sobre a formação do atlântico negro, as expansões (linguísticas e culturais) bantu, o tráfico de escravos, e a diáspora centro-africana. Outras duas tratarão de aspectos da história social e cultural da parte da África Central mais impactada pelo tráfico (principalmente a região do antigo Reino de Congo e da “zona atlântica” de Angola sob influência portuguesa), para poder apreciar as “rotas e raízes” dos centro africanos nas Américas. As duas aulas finais se concentrarão em estudos de caso de “cultos de aflição-fruição” centro-africanos no Sudeste brasileiro do oitocentos (região e período de enorme afluxo e concentração de cativos da África Central) e os desdobramentos políticos de tais práticas religiosas-terapêuticas no campo e na cidade. Este último enfoque levantará questões sobre o provável longo diálogo – pouco estudado na bibliografia – entre africanos centrais e ocidentais na Bahia, onde centro-africanos e seus descendentes geralmente tiveram uma presença considerável, mesmo que minoritária, na população negra.

As aulas enfatizarão a discussão de estudos clássicos e recentes em português e inglês, introduzida e entremeada por exposições historiográficas por parte do professor.

Programa do Curso: aulas e temas

12/04 Escravização, etnogênese, “crioulização”: historiografia e debates atuais sobre a formação do Atlântico negro na época escravista.

19/04 Continuação do tema da primeira aula; áreas linguísticas e culturais da África; as expansões bantu; a questão da “fronteira de escravização” na África bantu (África centro-ocidental e centro-oriental); o impacto do tráfico transatlântico nas sociedades africanas, em particular as centro-africanas; capitalismo e escravidão.

26/04 A “zona atlântica” da África centro-ocidental: sociedade e cultura no antigo Reino do Kongo e em Angola sob domínio/influência portuguesa.

03/05 Rotas e Raízes dos centro-africanos nas Américas: fundamentos para uma cultura em comum.

10/05 Religião, etnogênese e rebeldia: cultos de aflição-fruição centro-africanos nas cidades e nas grandes plantations da “segunda escravidão” no Sudeste brasileiro (século XIX).

17/05 Modalidades de escravidão no Brasil e a formação de identidades sociais; prováveis diálogos entre africanos ocidentais e centrais na Bahia, especialmente em torno do Candomblé.

Leituras e bibliografia para cada aula:

As leituras para discussão, como também leituras suplementares para quem quer se aprofundar nos temas abordados, são listados a seguir. Todas as primeiras, como também algumas das suplementares (marcadas com asterisco), estão (ou estarão dentro em breve) disponíveis em pdf no site do Programa de Pós-Graduação em História: www.ppgh.ufba.br, buscar “mini-curso”. Também há uma bibliografia adicional (não disponível no site) para cada aula.

(Observação: esta versão do programa lista as leituras e a bibliografia para as quatro primeiras aulas. Em breve os materiais para as duas últimas aulas serão indicados.)

               12/04 Escravização, etnogênese, “crioulização”: historiografia e debates atuais sobre a formação do Atlântico negro na época escravista.

           

               Leituras para discussão:

*Sidney Mintz e Richard Price. O nascimento da cultura afro-americana: uma perspectiva antropológica [1976; 2ª ed. 1992]Rio de Janeiro: Pallas/Universidade Cândido Mendes, 2003, caps. 1-6, pp. 25-86.

*Willy de Craemer, Jan Vansina, e Renée C. Fox. “Religious Movements in Central Africa: A Theoretical Study”. Comparative Studies in Society and History, 18:4 (outubro, 1976), pp. 458-75.

 

Leituras suplementares:

Fredrik Barth. “Grupos étnicos e suas fronteiras”. In: Teorias da etnicidade. Seguido de grupos étnicos e suas fronteiras de Fredrik Barth, Philippe Poutignat e Jocelyne Streiff-Fénard, autores e orgs. São Paulo: UNESP, 1998. [Ainda a ser disponibilizada.]

*Peter Linebaugh. “Todas as montanhas atlânticas estremeceram” [1982]. Revista Brasileira de História vol. 3, n. 6 (set. 1983). (Também disponível online.)

*Paul E. Lovejoy. “The African Diaspora: Revisionist Interpretations of Ethnicity, Culture and Religion under Slavery”. Studies in the World History of Slavery, Abolition and Emancipation, II, 1 (1997). (Também disponível online.)

Gwendolyn Midlo Hall, Escravidão e etnias africanas nas Américas: restaurando os elos. [19 Petropolis: Editora Vozes, 2017.

 

Outra Bibliografia:

Richard Price. “O milagre da crioulização: retrospectiva”. Estudos afro-asiáticos [disponível online]. vol.25, n.3, 2003, pp. 383-419. 

Ira Berlin. Gerações de cativeirouma história da escravidão nos Estados Unidos [2004]. Rio de Janeiro: Record, 2006, cap. 1.

Linda M. Heywood, e John K. Thornton. Central Africans, Atlantic Creoles, and the Foundation of the Americas, 1585-1660. New York: Cambridge University Press, 2007.

Stephan Palmié. “Is There a Model in the Muddle? “Creolization” in African Americanist History and Anthropology”. In Creolization: History, Ethnography, Theory. Charles Stewart, org. Walnut Creek: West Coast Press, 2007, pp. 178-200.

Fernando Ortiz. El contrapunteo cubano del tabaco e el azúcar [1940]Madrid: Cátedra, "Letras Hispánicas", 2002.

Mary Louise Pratt. Os Olhos do império: relatos de viagem e transculturação. Bauru: EDUSC, 1999.

Thompson, E. P. Costumes em comum: estudos sobre a cultura popular tradicional [1991]. São Paulo: Cia. Das Letras, 1998, especialmente cap. 2, “Patrícios e plebeus”.

Gilroy, Paul. O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. [1993]. São Paulo: Editora 34, 2001.

Peter Linebaugh e Marcus Rediker, A hidra de muitas cabeças: marinheiros, escravos, plebeus e a história oculta do Atlântico revolucionário. São Paulo: Cia. das Letras, 2008.

Patrick Manning, The African Diaspora: A History Through Culture. 2010. New York: Columbia University Press, 2009.

19/04 Continuação do tema da primeira aula; áreas linguísticas e culturais da África; as expansões bantu; a questão da “fronteira de escravização” na África bantu (África centro-ocidental e centro-oriental); o impacto do tráfico transatlântico nas sociedades africanas, em particular as centro-africanas; capitalismo e escravidão.

 

Leituras para discussão:

*Robert W. Slenes, “’Malungungoma vem!’: África coberta e descoberta no Brasil” [1991-92]. Versão revista, In: Mostra do Redescobrimento: Negro de Corpo e Alma – Black in Body and Soul (Catálogo da exposição realizada em 2000 no Parque Ibirapuera, São Paulo), Nelson Aguilar, org. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo/Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais, 2000, pp. 212-220. (Disponibilizado em pdf feito a partir do ms. em Word, pp. 1-28.)

*Marcos Abreu Leitão de Almeida. “As vozes centro-africanas no Atlântico Sul (1831-1850)”. In História Social da Língua Nacional 2: Diáspora Africana. Ivana Stoltze Lima e Laura do Carmo, orgs. Rio de Janeiro: NAU Editora, 2014, pp. 73-103.

*Robert W Slenes. “Metaphors to Live By in the Diaspora: Conceptual Tropes and Ontological Wordplay among Central Africans in the Middle Passage and Beyond”. In Tracing Language Movement in Africa, Ericka A. Albaugh and Kathryn M. de Luna, orgs. New York: Oxford University Press, 2018, pp. 343-363.

 

Leituras suplementares:

*John K. Thornton. A África e os africanos na formação do mundo atlântico (1400-1800) [1992; 2ª. ed. revista, 1998]. Rio de Janeiro: Editora Campus/Elsivier, 2004, cap. 7. (Ainda a ser disponibilizada.)

*Badi Bukas-Yakabuul, e Daniel B. Domingues da Silva. 2016. “From Beyond the Kwango – Tracing the Linguistic Origins of Slaves Leaving Angola, 1811–1848.” Almanack 12: 34–43. Também disponível online: http://dx.doi.org/10.1590/2236-463320161203.

*Cesare De Filippo, et alia. “Bringing Together Linguistic and Genetic Evidence to Test the Bantu Expansion.” Proceedings of the Royal Society B 279 (2012), 3256-63.

Linda Heywood, org. Central Africans in the Atlantic Diaspora. New York: Cambridge University Press, 2002.

 

Outra bibliografia:

Joseph C Miller. Way of Death: Merchant Capitalism and the Angolan Slave Trade, 1730-1830. Madison: The University of Wisconsin Press, 1988.

John K. Thornton,. “As guerras civis no Congo e o tráfico de escravos: a história e a demografia de 1718 a 1844 revisitadas”. Estudos Afro-Asiáticos, 32 (Dezembro, 1997), 55-74.

Robert Harms. “Slavery in the Politically Decentralized Societies of Equatorial Africa.” In African Systems of Slavery, Stephanie Beswick e Jay Spaulding, orgs. Trenton, NJ: Africa World Press, 2010, pp. 247-65.

Roquinaldo Amaral Ferreira. Cross-Cultural Exchange in the Atlantic World: Angola and Brazil during the Era of the Slave Trade. Cambridge: Cambridge University Press, 2012.

Mariana Candido. An African Slaving Port and the Atlantic World: Benguela and its Hinterland. Cambridge: Cambridge University Press, 2013.

Daniel B. Domingues da Silvia. The Atlantic Slave Trade from West Central Africa, 1780-1867. New York: Cambridge University Press, 2017.

Wyatt MacGaffey, Religion and Society in Central Africa: The Bakongo of Lower Zaire. Chicago: The University of Chicago Press, 1986.

Igor Kopytoff, org. The African Frontier. The Reproduction of Traditional African Societies. Bloomington: Indiana University Press, 1987.

Jan Vansina, Paths in the Rainforest: Toward a History of Political Tradition in Equatorial Africa. Madison: University of Wisconsin Press, 1990.

Jan Vansina. How Societies are Born: Governance in West Central Africa Before 1600. Charlottesville: University of Virginia Press, 2004.

Kairn A Klieman. ‘The Pygmies were our Compass’Bantu and Batwa in the History of West Central Africa, Early Times to c. 1900 C.E. Portsmouth, NH: Heinemann, 2003.

Kathryn De Luna. “Affect and Society in Precolonial Africa.” International Journal of African Historical Studies, 46:1 (2013), 123-50.

Eric Williams. Capitalismo e escravidão [1944]. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

Walter Rodney. How Europe Underdevelped Africa [1972]. Washington, D.C.: Howard University Press, ed. revista, 1982.

Seymour Drescher, Capitalism and Antislavery: British Mobilization in Comparative Perspective. New York: Oxford University Press, 1987.

Patrick Manning. Slavery and African Life. Occidental, Oriental and African Slave Trades. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.

Joseph E Inikori. Africans and the Industrial Revolution in England: A Study in International Trade and Economic Development. Cambridge: Cambridge University Press, 2002.

Rafael de Bivar Marquese, “Capitalismo e escravidão e a historiografia sobre a escravidão nas Américas”. Estudos Avançados, 26:75 (2012), pp. 341-354.

Gustavo Acioli Lopes, “Combates na história atlântica: a historiografia de Joseph E. Inikori”. História da Historiografia (Ouro Preto), n. 12 (agosto, 2013), 176-196.

Rafael de Bivar Marquese e Ricardo Salles, orgs. Escravidão e capitalismo histórico no século XIX: Cuba, Brasil e Estados Unidos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.

Sven Beckert e Seth Rockman, orgs. Slavery’s Capitalism: A New History of American Economic Development. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 2016.

 

26/04 A “zona atlântica” da África centro-ocidental: sociedade e cultura no antigo Reino do Kongo e em Angola sob domínio/influência portuguesa.

Leituras para discussão:

*Cécile Fromont. The Art of Conversion Christian Visual Culture in the Kingdom of Kongo. Chapel Hill: University of North Carolina Press, 2014, cap. 3 (pp. 109-171), mais o encarte de arte conguesa após a p. 171. (Ainda a ser disponibilizada.)

 

Leituras suplementares:

Marina de Mello e Souza. Reis negros no Brasil ecravista: história da festa de coroação de Rei Congo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

*Robert W. Slenes. “Saint Anthony at the Crossroads in Kongo and Brazil: ‘Creolization’ and Identity Politics in the Black South Atlantic, ca. 1700/1850”. In: Africa, Brazil and the Construction of Trans-Atlantic Black Identities. Lívio Sansone, Élisée Soumonni e Boubacar Barry, orgs. Trenton, New Jersey: Africa World Press, 2008, pp. 209-254.

*Lucilene Reginaldo, Os Rosários dos Angolas: irmandades de africanos e crioulos na Bahia setecentista. São Paulo: Alameda, 2011, cap. 1 (pp. 27-95).

*Marina de Mello e Souza. “Revisitando o Antonianismo. Beatriz Kimpa Vita e o Congo Cristão”. In: Um historiador por seus pares: trajetórias de Ronaldo Vainfas. Angelo Adriano Faria de Assis, et alia, orgs. São Paulo: Alameda, 2017, pp. 241-261.

 

Outra Bibliografia: Ainda a ser indicada.

 

03/05 Rotas e Raízes dos centro-africanos nas Américas: fundamentos para uma cultura em comum.

Leituras para discussão:

*Robert Farris Thompson. “A marca dos quatro momentos do Sol: a arte e a religião dos Kongo nas Américas.” Cap. 2 de Flash of the Spirit: Arte e flosofia africana e afro-americana [1983]. São Paulo: Museu Afro-Brasil, 2011, pp. 107-147 (pp. 148-159, opcional).

*Silvia H Lara. "Quem eram os 'negros do Palmar'?" In: Escravidão e cultura afro-brasileira: temas e problemas em torno da obra de Robert Slenes. Gladys Sabina Ribeiro, Jônis Freire, Martha Abreu, e Sidney Chalhoub, orgs. Campinas: Editora da Unicamp, 2016, pp. 57-85

 

Leituras suplementares:

*Maduka T. J. Desch Obi. “Angola e o Jogo de Capoeira”. Antropolítica (Niterói), n. 24, 1º sem. 2008, 104-125. (Ainda a ser disponibilizada; mas o número da revista está online: http://www.uff.br/antropolitica/revistasantropoliticas/revista_antropoli....)

*Robert Farris Thompson. “From the Isle Beneath the Sea: Haiti’s Africanizing Vodou Art”. In: Sacred Arts of Haitian Vodou. Donald Cosentino, org. Los Angeles: UCLA Fowler Museum of Cultural History, 1995, pp. 91-119.

*Stuart B Schwartz. “Repensando Palmares: resistência escrava na colônia”. In: Escravos, roceiros e rebeldes. Bauru: Edusc, 2001, pp. 219-261.

*John K Thornton. “Angola e as origens de Palmares”. In: Gomes, Flávio, org. Mocambos de PalmaresHistórias e fontes (séculos XVI-XIX). Rio de Janeiro: 7 Letras, 2010, pp. 48-60

 

Outra bibliografia:

 

Robert Farris Thompson. The Four Moments of the Sun: Kongo Art in Two Worlds. Washington: National Gallery of Art, 1981.

Robert Farris Thompson. Face of the Gods: Art and Altars of Africa and the African Americas. New York: The Museum for African Art; Munich: Prestel, 1993.

Christopher C. Fennell. Crossroads and Cosmologies: Diasporas and Ethnogenesis in the New World. Gainesville: University Press of Florida, 2007.

T. J. Desch Obi. Fighting for Honor: The History of African Martial Art Traditions in the Atlantic World. Columbia, South Carolina: The University of South Carolina Press, 2008.

Ras Michael Brown. African-Atlantic Cultures and the South Carolina Lowcountry. Cambridge: Cambridge University Press, 2012.

Bárbaro Martinez-Ruiz. Kongo Graphic Writing and Other Narratives of the Sign. Philadelphia: Temple University Press, 2013.

Susan Cooksey, et alia., orgs. Kongo Across the Waters. Gainesville: University Press of Florida, 2013.

John K Thornton. “Les États de l’Angola et la formation de Palmares (Brésil)”. Annales, 63, 2008, 769-797. 

Flávio dos Santos Gomes, De olho em Zumbi dos Palmares: histórias, símbolos e memória social. São Paulo: Claro Enigma, 2011.

 

10/05 Religião, etnogênese e rebeldia: cultos de aflição-fruição centro-africanos nas cidades e nas grandes plantations da “segunda escravidão” no Sudeste brasileiro (século XIX). (Leituras e bibliografia: ainda a serem indicadas.)

17/05 Modalidades de escravidão no Brasil e a formação de identidades sociais; prováveis diálogos entre africanos ocidentais e centrais na Bahia, especialmente em torno do Candomblé. (Leituras e bibliografia: ainda a serem indicadas.)