Disciplinas

Nessa disciplina, teremos dois focos principais: primeiro, a pluralidade e diversidade das experiências dos povos indígenas com as conquistas e os colonialismos europeus, as negociações diplomáticas, e as resistências, no contexto da violência fundacional do mundo moderno: as escravidões, os trabalhos compulsórios e os genocídios dos povos indígenas em relação ao tráfico de escravos africanos.O segundo foco, que à primeira vista poderia aparecer como paradoxal, é a unidade essencial entre essas experiências, que só se revela em perspectiva hemisférica, além das divisões políticas, econômicas, e intelectuais-culturais convencionais. Dessa forma, intentaremos superar o principal problema intelectual-epistemológico-político que impede a compreensão dessas histórias fundacionais de nosso hemisfério e do mundo moderno capitalista: a invisibilidade, produto dos nacionalismos e os estados nações e seus sistemas educativos (com as exceções, talvez, de Bolívia, Paraguai, Equador, Guatemala e Peru), o que ainda determina, em grande medida, a produção historiográfica de cada país. Felizmente, além dos mencionados acima, em vários países genocidas, desde os EUA e Canadá até Chile e Argentina, as histórias dos povos indígenas começam a sair da periferia das histórias nacionais para ocupar um plano titular. Já era (e ainda é) hora. Mas isso se deve, em grande medida, aos mesmos povos indígenas e suas lutas, mais que dos avanços na historiografia em si.